segunda-feira, 20 de julho de 2015

A MULHER PECADORA QUE UNGIU OS PÉS DE JESUS: um vaso quebrantado



Uma história de Fé, Amor e Perdão


A história da mulher pecadora que ungiu os pés de Jesus registrado no Evangelho de (Lucas 7: 36-50), revela vários aspectos importantes que nos ajudam a perceber o amor e a soberania de Deus em nossas vidas. Dentre alguns desses aspectos temos o vaso de alabastro e o ungüento, ou seja, um recipiente contendo um precioso óleo perfumado de puro nardo.

Esses pequenos vasos de perfume em forma de frascos eram originalmente feitos duma pedra encontrada perto de Alabastron, no Egito. Era tampado no gargalo para que o conteúdo não se perdesse e para preservar o perfume. Para usar a pessoa precisava quebrar o vaso, para que o conteúdo não se perdesse o vaso tinha ranhuras em forma de espiral que indicava onde o vaso deveria ser quebrado para não se perder todo o bálsamo.
O nardo era um óleo extraído da raiz de uma planta da Índia chamada Nardostachys jatamansi que crescia nas montanhas do Himalaya. À distância e a raridade da planta eram os ingredientes que tornava o nardo caríssimo e muito procurado.
 
Convidou-o um dos fariseus para que fosse jantar com ele. Jesus, entrando na casa do fariseu, tomou lugar à mesa. E eis que uma mulher da cidade, pecadora, sabendo que ele estava à mesa na casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com ungüento; e, estando por detrás, aos seus pés, chorando, regava-os com suas lágrimas e os enxugava com os próprios cabelos; e beijava-lhe os pés e os ungia com o ungüento” (Lc 7:36-38).


Essa passagem bíblica é muito significativa ela revela a magnitude do amor ágape sendo exalado através de um vaso quebrado e completamente rendido aos pés de Jesus! Deus nos fez como vaso (Jeremias 18:6), e colocou Seu Espírito dentro de nós (1Corintios 3:16), ou seja, temos um tesouro em vasos de barro (2Co 4:7). Precisamos assim como a mulher pecadora quebrar o nosso vaso, para que o perfume de Cristo exale o ambiente que a nossa planta do pé pisar. “(...), porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu. (Rm 5:5)”.
Essa mulher expressou um ato de adoração quebrando o seu vaso e derramando-o sobre Jesus e ungindo seus pés. No entanto essa demonstração de fé e amor escandalizou o fariseu que o havia convidado a ponto dele duvidar do próprio Jesus dizendo: Se este fora profeta saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, porque é pecadora (Lc 7:39b).
Às vezes somos assim como esse fariseu, agimos de acordo com nossa visão limitada centralizando apenas a nossa maneira de adoração como única e fechamos os olhos para as demais que ultrapassa de alguma forma nosso conceito doutrinal. E logo caímos na mente, pensamos e reprovamos sem ao menos procurar entender, conhecer e etc. O Senhor conhecendo a nossa condição deixa registrado no livro de Romanos uma pergunta que nos leva a refletir sobre essa questão, Ele diz: “Quem és tu que julga o servo alheio? (Rm 14:4ª)”.

Normalmente a nossa tendência é defender nossas opiniões, auto justificar-se, permanecer duros e implacáveis diante de situações contrárias ao nosso ponto de vista, enfim, temos o costume de proteger o nosso vaso. Mas a verdade é que se o nosso vaso não for quebrado, jamais o perfume de Cristo será exalado e o amor pouco a pouco acabará, tornando-nos assim pessoas insensíveis. Sem esse fluir da verdadeira vida em nós, não conseguiremos viver de acordo com o padrão de Deus no que se refere “amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mc12:31).
Aparentemente quando o fariseu aponta aquela mulher como pecadora demonstra que na sua visão ele não se via na mesma condição de pecador que ela. Por que na sua concepção o seu pecado não era nada em comparação ao dela. Mas Deus não ver como o homem ver e nem julga como o homem julga. “Portanto, és indesculpável ó homem, quando julgas, quem quer que sejas; porque, no que julgas a outro, a ti mesmo te condenas; pois praticas as próprias coisas que condenas” (Rm 2:1).
O Senhor percebendo que aquele homem ainda estava preso as suas doutrinas o qual de certo modo estava impedindo-o de avançar, ou seja, de ver o que o Senhor queria mostrar-lhe. Ele então o leva a refletir de maneira que ampliasse um pouco a sua visão contando-lhe uma história que dizia: “Certo credor tinha dois devedores; um lhe devia quinhentos denários, e o outro, cinqüenta. Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Qual deles, portanto, o amará mais? Respondeu Simão: Suponho que aquele a quem mais perdoou. Replicou-lhe: julgaste bem (Lc 7: 41-43).
Deus não estava preocupado com o tamanho do pecado daqueles dois homens, ele conhecia a condição de cada um. O que Ele via realmente é que tanto um quanto o outro necessitava de perdão. Semelhantemente a mulher e o fariseu foram perdoados pelo Senhor, mas ela que devia um valor maior demonstra mais amor e gratidão ao Senhor.
Portanto percebe-se através da atitude do fariseu que ele julgava-se ser melhor do que aquela mulher, porque seu pecado não era tão grande quanto o dela e, por pensar assim, seu coração não era tão grato e cheio de amor como o da mulher pelo perdão recebido do Senhor. E por conseqüência seu vaso não foi quebrado e faltou-lhe o bom perfume de Cristo. Por isso Jesus faz uma comparação entre a mulher e o fariseu, no que diz respeito ao tratamento que ele recebeu pelos dois:
E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; esta, porém, regou os meus pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. Não me deste ósculo; ela, entretanto, desde que entrei não cessa de me beijar os pés. Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta, com bálsamo, ungiu os meus pés. Por isso, te digo: perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama” (Lc 7:44-47).
Quanta riqueza está no ato do perdão! Somente o verdadeiro amor que exala da vida de Cristo em nós é capaz de esquecer as nossas dívidas. Quando sentimos dificuldade de perdoar é porque amamos pouco. Que possamos quebrar o nosso vaso diante do Senhor e nos render aos seus pés. Quando reconhecemos o que o Senhor fez por nós, sabendo que não merecíamos tamanho amor, esse amor inunda nosso ser e conseqüentemente nos torna pessoas com um coração cheio de amor e exalamos esse perfume em todos os lugares. De maneira que podemos dizer: “Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2:20).

reflexão 

Essa história mostra-nos que Senhor esta disposto a perdoar nossas dívidas independentemente de quem deve mais o menos. Ele não mede Seu amor para nos perdoar, Ele simplesmente nos perdoa quando O buscamos com um coração quebrantado e nos humilhamos aos seus pés. Ele não espera ninguém perfeito, apenas um coração arrependido. Alguém que reconheça que o amor é a chave do perdão, libertação, cura, transformação, enfim, que é o caminho sobremodo excelente. Ele também espera que expressemos o mesmo amor que Ele demonstrou a nós, ao nosso próximo. “Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição” (Cl 3:13-14).
“Que darei eu ao SENHOR por todos os benefícios que me tem feito?” (Salmo 116:12).

autora  : Mª Betânia Bernardo