Uma história de Fé, Amor e Perdão
A história da
mulher pecadora que ungiu os pés de Jesus registrado no Evangelho de (Lucas 7:
36-50), revela vários aspectos importantes que nos ajudam a perceber o amor e a
soberania de Deus em nossas vidas. Dentre alguns desses aspectos temos o vaso
de alabastro e o ungüento, ou seja, um recipiente contendo um precioso óleo perfumado
de puro nardo.


“Convidou-o um dos fariseus para que fosse jantar com ele.
Jesus, entrando na casa do fariseu, tomou lugar à mesa. E eis que uma mulher da cidade,
pecadora, sabendo que ele estava à mesa na casa do fariseu, levou um vaso de
alabastro com ungüento; e, estando por detrás,
aos seus pés, chorando, regava-os com suas lágrimas e os enxugava com os
próprios cabelos; e beijava-lhe os pés e os ungia com o ungüento” (Lc 7:36-38).
Essa passagem bíblica é muito
significativa ela revela a magnitude do amor ágape sendo exalado através de um
vaso quebrado e completamente rendido aos pés de Jesus! Deus nos fez como vaso (Jeremias 18:6), e colocou Seu Espírito dentro de nós (1Corintios 3:16), ou seja, temos um
tesouro em vasos de barro (2Co
4:7). Precisamos assim como a mulher pecadora quebrar o nosso vaso, para que o
perfume de Cristo exale o ambiente que a nossa planta do pé pisar. “(...), porque
Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele
nos concedeu. (Rm 5:5)”.

Às vezes somos assim como esse
fariseu, agimos de acordo com nossa visão limitada centralizando apenas a nossa
maneira de adoração como única e fechamos os olhos para as demais
que ultrapassa de alguma forma nosso conceito doutrinal. E logo caímos na mente, pensamos e reprovamos sem ao menos procurar
entender, conhecer e etc. O Senhor conhecendo a nossa condição deixa registrado
no livro de Romanos uma pergunta que nos leva a refletir sobre essa questão, Ele diz: “Quem és tu que julga o servo
alheio? (Rm 14:4ª)”.
Normalmente a nossa tendência é
defender nossas opiniões, auto justificar-se, permanecer duros e implacáveis
diante de situações contrárias ao nosso ponto de vista, enfim, temos o costume
de proteger o nosso vaso. Mas a verdade é que se o nosso vaso não for quebrado,
jamais o perfume de Cristo será exalado e o amor pouco a pouco acabará, tornando-nos
assim pessoas insensíveis. Sem esse fluir da verdadeira vida em nós, não conseguiremos
viver de acordo com o padrão de Deus no que se refere “amarás o teu próximo
como a ti mesmo" (Mc12:31).
Aparentemente quando o fariseu
aponta aquela mulher como pecadora demonstra que na sua visão ele não se via na
mesma condição de pecador que ela. Por que na sua concepção o seu pecado não
era nada em comparação ao dela. Mas Deus não ver como o homem ver e nem julga
como o homem julga. “Portanto, és indesculpável ó homem, quando julgas, quem
quer que sejas; porque, no que julgas a outro, a ti mesmo te condenas; pois
praticas as próprias coisas que condenas” (Rm 2:1).

Deus não estava preocupado com o
tamanho do pecado daqueles dois homens, ele conhecia a condição de cada um. O
que Ele via realmente é que tanto um quanto o outro necessitava de perdão. Semelhantemente
a mulher e o fariseu foram perdoados pelo Senhor, mas ela que devia um valor
maior demonstra mais amor e gratidão ao Senhor.
Portanto percebe-se através da
atitude do fariseu que ele julgava-se ser melhor do que aquela mulher, porque
seu pecado não era tão grande quanto o dela e, por pensar assim, seu coração
não era tão grato e cheio de amor como o da mulher pelo perdão recebido do Senhor.
E por conseqüência seu vaso não foi quebrado e faltou-lhe o bom perfume de
Cristo. Por isso Jesus faz uma comparação entre a mulher e o fariseu, no que
diz respeito ao tratamento que ele recebeu pelos dois:

Quanta riqueza está no ato do
perdão! Somente o verdadeiro amor que exala da vida de Cristo em nós é capaz de
esquecer as nossas dívidas. Quando sentimos dificuldade de perdoar é porque
amamos pouco. Que possamos quebrar o nosso vaso diante do Senhor e nos render
aos seus pés. Quando reconhecemos o que o Senhor fez por nós, sabendo que não
merecíamos tamanho amor, esse amor inunda nosso ser e conseqüentemente nos torna
pessoas com um coração cheio de amor e exalamos esse perfume em todos os
lugares. De maneira que podemos dizer: “Logo, já não sou eu quem vive, mas
Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho
de Deus que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2:20).
reflexão
Essa história mostra-nos que
Senhor esta disposto a perdoar nossas dívidas independentemente de quem deve
mais o menos. Ele não mede Seu amor para nos perdoar, Ele simplesmente nos
perdoa quando O buscamos com um coração quebrantado e nos humilhamos aos seus
pés. Ele não espera ninguém perfeito, apenas um coração arrependido. Alguém que
reconheça que o amor é a chave do perdão, libertação, cura, transformação,
enfim, que é o caminho sobremodo excelente. Ele também espera que expressemos o
mesmo amor que Ele demonstrou a nós, ao nosso próximo. “Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha
motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também
perdoai vós; acima de tudo isto, porém, esteja
o amor, que é o vínculo da perfeição” (Cl 3:13-14).
“Que darei eu ao SENHOR
por todos os benefícios que me tem feito?”
(Salmo 116:12).
autora : Mª Betânia Bernardo